Por Correio da Paraíba – 23/07/17 – Matéria de Celina Modesto
A segmentação do merca-do de consumo é fato, assim como também o são os nichos cujo potencial é imenso, mas subaproveitado. É o caso do público LGBT. Um estudo da associação internacional de empresas Out Leadership, que desenvolve iniciativas para o público gay, estimou o potencial de consumo do seg-mento LGBT no Brasil em US$ 133 bilhões, o que equivale a R$ 418,9 bilhões – ou 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Além disso, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o público LGBT representa 10% dos viajantes no mundo, mo-vimentando 15% do fatu-ramento do setor. Como se não bastasse, uma pesquisa divulgada pela renomada agência publicitária Ogilvy descobriu que quase a meta-de dos norte-americanos es-tá mais disposta a gastar em marcas que são inclusivas em relação ao público LGBT.
Para descobrir o quão engajada uma marca é no que se refere aos LGBT, os respondentes observam as mídias sociais da marca e procurar notícias relacionadas ao pensamento acerca dos direitos.
Entretanto, a maioria dos entrevistados pela Ogilvy disse que a propaganda não é a forma mais eficiente de perceber se uma empresa é ou não inclusiva. Ou seja, os consumidores também estão atentos à composição dos colaboradores das empresas e esta seria a prova mais con-tundente de que a marca é, de fato, pró-diversidade. Se uma empresa precisa de uma motivação extra para tornar-se engajada publicamente – como fizeram grandes nomes tais como Apple, Facebook, IBM – a economia pode ajudar.
De acordo com a Out Leadership, o público LGBT mundial teria “apenas” US$ 3 trilhões ao ano para gastar. A estimativa corresponde ao PIB da França. Só na Europa, o potencial de consumo pode chegar aos US$ 873 bilhões e, nos EUA, a US$ 760 bilhões. Ainda assim, associar a marca ao público gay pode igual-mente afugentar os que ainda resistem a um mundo diverso e inclusivo.
Em João Pessoa, são poucos os locais que, de fato, assumem que são voltados ao público LGBT. A maior parte, que vai de pousadas a barzinhos, localizados tanto no Centro Histórico quanto em praias, até contrata funcionários que se identificam como gays, lésbicas ou transgêneros, e recebe um público formado majoritariamente por LGBT, mas prefere dizer que o estabelecimento comercial é voltado a “todos os públicos, sem distinção”.
Brasil é destino gay-friendly
Em maio deste ano, a Em-bratur (Instituto Brasilei-ro de Turismo) reafirmou Brasil como destino ga-y-friendly – termo designa-do para identificar locais receptivos à presença de público LGBT. Desde 2015, pelo menos sete capitais bra-sileiras são capacitadas para esse público: Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Salvador, Brasília, Recife e Porto Alegre. De acordo com o instituto, o segmento LGBT é o que mais cresce no turismo, com gastos per cap-ta em média três vezes supe-riores aos dos outros nichos. No país, de acordo com a Embratur, os principais produtos turísticos volta-dos ao público LGBT são a Parada Gay de São Paulo e Florianópolis, o Carnaval do Rio de Janeiro e a vida noturna das sete cidades. Portanto, é inegável que o turismo é um segmento que está atento ao potencial de consumo do público LGBT. Estatísticas mais recentes da Associação Brasileira de Turismo LGBT apontam que os turistas que assim se identificam, por ano, movi-mentam em torno de R$ 150 bilhões.
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