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Mês da Visibilidade Lésbica: como erradicar o preconceito no ambiente corporativo?

Grupos de discussão sobre a importância para apoiar a pauta e quebrar estereótipos, além de igualdade de oportunidades estão entre as recomendações

Divulgação: Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ (Na imagem: Charbele Caboclo, Technical Trainer na Microsoft Brasil, empresa signatária do Fórum. )


Agosto celebra e marca um movimento importante para as mulheres lésbicas: trata-se do Mês da Visibilidade Lésbica. A data foi escolhida como uma forma de homenagear o 1° Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), ocorrido em 29 de agosto de 1996, e tem como intuito trazer uma conscientização e combater a lesbofobia e a invisibilidade de mulheres lésbicas na sociedade.


No Brasil, algumas leis já caminham para a proteção das mulheres lésbicas que sofrem/sofreram com diferentes tipos de violência. Entre elas: a Lei Maria da Penha, que reconhece violência doméstica e intrafamiliar contra mulheres lésbicas; e a Lei de Racismo que, desde 2019, criminaliza o preconceito e a violência contra pessoas LGBTQIA+. Contudo, é preciso mobilizações em diferentes frentes para fortalecimento do feminismo e enfretamento da lesbofobia.


No ambiente de trabalho, por exemplo, importantes avanços têm acontecido entre as empresas que se comprometem a trazer voz e visibilidade às mulheres lésbicas. É o exemplo de movimentos como o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ que ajudam a promover a inclusão e a diversidade no meio corporativo e em toda a cadeia de valor e, com isso, eliminar a lesbofobia. Isso porque, os esforços e iniciativas são articulados em torno dos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção dos Direitos LGBTI+, documento que tem a finalidade de orientar sobre as práticas que cada companhia deve seguir no âmbito interno e no relacionamento com seus diferentes públicos de interesse.


As empresas que fazem parte desse movimento, se comprometem a valorizar, reconhecer e a fortalecer o diálogo da diversidade e inclusão não apenas no meio empresarial, mas na sociedade. “Me sinto à vontade para, de fato, não precisar esconder parte da minha vida oito horas diariamente. Devemos, sim, continuar lutando para que todo o local (de trabalho) deixe de ser uma prisão durante parte do dia. Entendo que o ambiente acolhedor é aquele que empodera a pessoa a ser quem ela realmente é. Isso gera um impacto em todos os aspectos da nossa vida e deve ser visto em nossas carreiras como um benefício inegociável ao acertar uma oferta profissional”, afirma Charbele Caboclo, Technical Trainer na Microsoft Brasil, empresa signatária do Fórum.

Marina Queiroz, responsável pelo programa de distribuição para Américas da Intel, também compartilha da mesma visão. No momento, ela reside com a esposa nos Estados Unidos. “Em 2010, quando eu tinha 22 anos, quase ninguém falava sobre esse tema no trabalho. Já passei por três empresas de tecnologia multinacionais enquanto estava no Brasil e posso afirmar que, hoje, falo mais abertamente sobre o tema”, afirma. “Cada vez mais as empresas estão com iniciativas de Diversidade e Inclusão. Graças a esses esforços, a Intel está cada dia mais diversa no pensamento, criatividade e na forma como trata seus funcionários”, complementa.

Já para Jessica Mendes, a experiência profissional foi marcada por um episódio de lesbofobia. “Passei por uma empresa onde uma colega de trabalho afirmou que o fato de eu me identificar como lésbica era a ausência de um homem que me ‘pegasse de jeito’. Hoje, participo do Fórum para que outras mulheres não precisem ouvir isso. Sei que muita coisa mudou, mas mulheres lésbicas ainda são apagadas ou discriminadas simplesmente por serem quem são dentro de seu ambiente de trabalho”, diz.

Atualmente, Jessica é assistente de marketing e comunicação do Machado Meyer Advogados. “Sou privilegiada por trabalhar em um ambiente que não me discrimina, pelo contrário, me acolhe e me ouve com naturalidade, mas sei que em grande parte não é assim. O Machado Meyer possui um grupo de afinidade para pessoas LGBTQIAP+ do qual faço parte, bem como represento o setor de marketing e comunicação do escritório no Fórum justamente por indicação da minha gerente. Sou aberta com a minha equipe e meus colegas, todos sabem da minha orientação, do meu noivado e recebem isso com total naturalidade e aceitação, nunca me senti rejeitada ou discriminada no escritório por ser lésbica”, assegura.

Afinal, o que é a lesbofobia no ambiente de trabalho?

Apesar de estarmos cada dia mais evoluindo na promoção da diversidade e inclusão no Brasil, o preconceito contra mulheres lésbicas no ambiente profissional ainda acontece. Quem se identifica como mulher lésbica, em alguns momentos, sofre com dois tipos de preconceito: o primeiro por ser mulher e o segundo por ser uma pessoa LGBTQIAP+.


É o que explica Debora Gepp, cofundadora da Rede Brasileira de Mulheres LBTQ+ (Lésbicas, Bissexuais, Pessoas Trans e Travestis e Queer), movimento que tem, como propósito, acelerar o ingresso no mercado de trabalho, o desenvolvimento profissional e a ocupação de cargos de liderança, bem como a aumentar a sua representatividade e visibilidade política, acadêmica e midiática das Mulheres LBTQ+:


“As mulheres lésbicas, muitas vezes, estão submetidas tanto ao machismo e misoginia como também a lesbofobia e podem sofrer diferentes tipos de agressões no ambiente profissional.”

De acordo com Debora, as agressões podem ocorrer ainda na porta de entrada, ou seja, durante processos de recrutamento e seleção que não são inclusivos. “Muitas vezes sofremos discriminação já nos processos seletivos. Em outros casos, a violência pode ocorrer no ambiente de trabalho, por meio de “piadas” e falas homofóbicas, que afetam a saúde mental, a produtividade e o desenvolvimento profissional dessas mulheres”, afirma. “É muito importante olhar a educação das equipes e como elas compreendem sobre o trabalho em grupos diversos, com pessoas LGBTQIAP+”, acrescenta.


Outra questão que merece atenção está relacionado com a inclusão de direitos e benefícios para pessoas LGBTQIAP+ e as famílias homoafetivas como, maternidade estendida para ambas as mulheres, seguro de vida, entre outros benefícios. “Quando falamos da importância de um olhar interseccional para a pauta, falamos de pessoas que têm mais de um marcador identitário minorizado, por exemplo, mulheres lésbicas, negras e periféricas. Por isso, é imprescindível que as empresas possuam políticas de inclusão e que representem também pessoas de grupos minorizados em cargos de liderança”, avalia Gepp.


Para aumentar a visibilidade lésbica no ambiente de trabalho, além de explicar sobre o tema e educar os profissionais sobre o significado de cada letra da sigla, é importante a criação de grupos de discussão para apoiar a pauta e quebrar estereótipos. Segundo Debora, as empresas podem, e devem, criar uma comunicação com as suas colaboradoras que as apoiem internamente e externamente.


“Devemos naturalizar as diversas possibilidades de existência humana. Muitas vezes, a mulher lésbica é estigmatizada e precisamos quebrar esses paradigmas, mostrando que ela pode ocupar o cargo e o lugar que desejam e que lhes são de direito”, explica. “Investir em educação tanto do público interno quanto do externo (fornecedores, clientes e parceiros) das empresas, explicando o papel de cada um, é fundamental para transformar em uma sociedade inclusiva. Além disso, o entendimento da visão intersecional deve ser muito ampla. Quando a empresa compreende que cada uma das mulheres (por exemplo, lésbicas, negras, periféricas) têm necessidades específicas, ela repensa suas ações”, finaliza Debora Gepp.

Sobre o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+


Criado em março de 2013, o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ é um movimento empresarial com atuação permanente reunindo grandes empresas em torno de 10 Compromissos com a promoção dos direitos humanos LGBTI+. O propósito do Fórum é articular empresas em torno do compromisso com o respeito e a promoção aos direitos humanos LGBTI+ no ambiente empresarial e na sociedade. Além disso, o Fórum realiza eventos periódicos para compartilhar as melhores práticas das empresas signatárias, fomentar o respeito à diversidade sexual e identidade de gênero e abrir espaços para diálogos entre empresas e a comunidade, “10 Compromissos para a Promoção dos Direitos LGBTI+”, expressam o entendimento sobre o papel das empresas e uma agenda de trabalho.


Informações à imprensa – Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+

Máquina CW: (11) 3147-7900

Stefane Braga | stefane.braga@maquinacw.com | 11 98138-5702



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