Ontem (16/05/24), na sede do Machado Meyer em São Paulo (SP), ocorreu nossa reunião anual do Comitê de Presidentes para reforçar o compromisso com a erradicação da LGBTI+fobia nas empresas, com a influência das signatárias no ambiente de negócios e na sociedade.
Foi um importante momento para leitura e reafirmação Manifesto do Comitê de Presidentes do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ sobre o Dia Mundial de Erradicação da LGBTI+fobia, onde incentivamos que ele seja divulgado pelos/pelas presidentes nas empresas e em suas redes sociais (pessoais e institucionais) para sinalizar compromisso com a erradicação da LGBTI+fobia como algo básico para convivermos em um ambiente de negócios e uma sociedade mais respeitosa e, assim, sustentável. (no ambiente do Fórum, não utilizamos termos como “combate” ou “luta”, mas falamos em erradicar a discriminação contra pessoas LGBTI+).
Durante as conversas desse encontro, valorizamos as mudanças que existem no cenário jurídico e social, conceitual e de práticas que estão fortalecendo os esforços das empresas que já atuam com diversidade, equidade e inclusão:
criminalização da LGBTI+fobia como crime de racismo,
visão sobre segurança abrange também segurança psicológica,
conceito e ferramentas para promover segurança psicológica,
política nacional de cuidados em discussão no governo federal,
licenças parentais,
enfrentamento da violência contra a mulher também pelas empresas.
Também reconhecemos a necessidade de avançar no cuidado da qualidade do ambiente de trabalho para que as pessoas possam “sair do armário”, ser quem são, para interagir e contribuir melhor com o todo, com o cumprimento da missão da empresa. E cuidar significa também envolver a família, pois a relação:
É fonte de problema, praticando violências. Muitos colaboradores dizem ser mais fácil ser aberto no trabalho do que na família.
É demandante de apoio para lidar com filhos/filhas/parentes LGBTI+.
É beneficiada com materiais e diálogos da empresa sobre o tema. Por que não chamar a família de pessoas LGBTI+ que topem participar de conversas sobre o tema?
Outro tema importante, trazido à roda de conversa, foi a atenção à “rua”, o espaço público (no sentido amplo) como lugar de violências. Colaboradores que sofrem violências a caminho do trabalho, por exemplo. Neste olhar atento:
Exige-se posicionamento da empresa e do Fórum para influenciar positivamente a sociedade no enfrentamento dos altos índices de violência contra pessoas LGBTI+.
Podemos aprender com as ações de inclusão de pessoas com deficiência (há colaboradores com filhos com deficiência e nossas empresas aprenderam a pensar até em benefícios extras, além de levar informação e apoio para as famílias).
Podemos aprender com a iniciativa da Coalização Empresarial que trata de violência doméstica.
Reconhecemos que a comunidade LGBTI+ da empresa, nossos filhos/as/es, enfim, esperam algo mais em sua defesa para que o mundo (a “rua”) seja mais respeitoso (conheça o trabalho das Mães pela Diversidade (maespeladiversidade.org.br), uma parceira das empresas para envolver as famílias).
Neste dia 17 de maio é preciso lembrar que RESPEITO é a palavra central para a erradicação da LGBTI+, mas exige também posicionamento baseado na identidade organizacional e Código de Ética da empresa, pois:
É questão institucional e não pode estar sujeita apenas ao afeto ou boa vontade de pessoas aliadas.
No âmbito do Fórum, estamos articulando líderes do jurídico, compliance e RH para fortalecer esse papel de mediação e resolução de conflitos com maior firmeza a favor de direitos humanos de pessoas LGBTI+.
Estudos e pesquisas (ainda escassos) demonstram que colaboradores LGBTI+ se preocupam antes de tudo com qualidade do ambiente – respeitoso, inclusivo, seguro e saudável para todas as pessoas.
Precisamos avançar para aprimorar nossos Canais de Reclamação e políticas de compliance e assim acolhermos as novas demandas que o tema está trazendo, sobretudo quando se trata de juventudes LGBTI+ ou que não se enquadram no padrão de cisheteronormatividade imposta culturalmente.
De fato, as práticas das empresas estão avançando no investimento maior em programas de diversidade, equidade e inclusão; tratamento do tema específico em treinamento para lideranças e equipes; reforço do papel de presidentes na promoção de uma cultura com ambientes e relacionamentos com diferentes stakeholders livres de discriminação.
No entanto, ainda, o pequeno número de pessoas que se apresentam como LGBTI+ nas empresas demonstra que ainda há muito para se fazer para garantirmos oportunidades iguais.
Segundo o levantamento do Fórum e To.Gather, divulgadas em programa especial da Globo News, nos alertam que cuidar do ambiente vai atrair, manter, desenvolver e permitir que quem já trabalha nas empresas possa confiar em nossas promessas.
De toda cor: 0,38% dos postos de trabalho no país são ocupados por pessoas trans, revela estudo | GloboNews Jornal das Dez | G1
Enfim, a reunião promovida pelo Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ evidenciou mais uma vez a importância de seguirmos discutindo e promovendo a inclusão LGBTI+ no ambiente de trabalho. As empresas presentes ressaltaram o seu comprometimento em criar ambientes seguros e inclusivos, onde todas as pessoas possam ser respeitadas e valorizadas, inclusive por sua orientação afetivo sexual, identidade, expressão gênero ou por suas características sexuais. Ou seja, para que as pessoas sejam plenas em toda a sua potência de existir.
A luta pela igualdade e pelos direitos LGBTI+ continua, e as empresas têm um papel fundamental nesse processo de transformação social.
Acompanhe aqui, um breve e importante momento da leitura do nosso Manifesto
Conheça os 10 compromissos e ajude-nos a divulgá-los em sua empresa.
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