Por Antônio Lacerda – Vice-presidente sênior da BASF e padrinho da Rede de Embaixadores de Diversidade e Inclusão da BASF.
Fomentar a diversidade no ambiente de trabalho é, e sempre foi, um grande diferencial competitivo para as empresas. Embora a presença de profissionais com diferentes perfis e experiências seja visto como crucial para compreender melhor as novas demandas de mercado, ainda é um desafio propiciar um ambiente inclusivo, principalmente quando se trata do público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
Nos últimos anos, as empresas multinacionais têm assumido um papel de vanguarda nesse debate e as discussões sobre o tema têm aumentado, porém medidas práticas ainda esbarram em tabus e preconceitos. Muito se fala que o processo de inclusão seria bastante acelerado se os colaboradores LGBT assumissem sua orientação sexual no ambiente de trabalho, contudo em boa parte das vezes esse comportamento não acontece em virtude do ambiente hostil que elas encontram nas organizações.
Atentas a esse cenário, grandes empresas de diferentes segmentos promovem o Fórum de Empresas e Direitos LGBT, que tem como objetivo criar condições e assegurar políticas e práticas para incluir com qualidade a população LGBT no mercado de trabalho brasileiro. Entre essas iniciativas, está a promoção de uma carta pela qual as companhias aderem a “Dez Compromissos da Empresa com a Promoção dos Direitos Humanos LGBT”, que vão desde o engajamento da alta liderança, passam pela construção de um ambiente respeitoso e abrangem a comunicação adequada em relação a este público.
A efetividade dessas ações depende de iniciativas concretas dentro das organizações. É fundamental investir na capacitação de gestores, áreas jurídicas e equipes de recrutamento, a fim de desmistificar tabus e eliminar barreiras presentes nos diferentes processos de uma corporação. Criar uma rede de embaixadores – um grupo de colaboradores com diferentes perfis, que apoiam a causa – também ajuda a formar uma massa crítica no ambiente de trabalho, contribuindo significativamente para ampliar o debate e melhorar a qualidade das relações. Outro ponto essencial é manter uma comunicação regular com os times, por meio de campanhas internas que promovam o respeito e a valorização das individualidades.
Se houver colaboradores que tenham que deixar “parte deles“ em casa quando forem trabalhar, certamente haverá equipes formadas com pessoas menos engajadas, o que impactará diretamente na produtividade e no sucesso dos negócios. Somente um ambiente que respeita e valoriza a singularidade das pessoas consegue atrair e reter os melhores talentos.
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